Antes de assumir a liderança de minha primeira equipe eu havia lido um livro que fez toda a diferença em minha carreira profissional: Como se tornar um líder servidor, de James C. Hunter.
Essa leitura traz um conceito magnífico de que o líder é servidor, ele está ali para apoiar, para direcionar, para contribuir, para facilitar. O líder está a frente e não acima do seu time.
O apoio do líder se manifesta quando ele identifica dificuldades em seu time. Dificuldades relacionadas a processos, a performance, ao cumprimento das metas individuais e coletivas. Mas não é só isso. O apoio de um líder também se manifesta quando ele é atencioso com seu time. Quando se preocupa genuinamente com as pessoas. Quando identifica que há algo errado com elas e oferece escuta ativa. Oferece um ambiente seguro para que aquele colaborador possa sentir-se acolhido e apoiado em seu momento difícil. O líder que apoia oferece empatia quando o colaborador passa por uma perda familiar, a perda de um animal de estimação, quando recebe o diagnóstico de uma doença, quando se divorcia. Seja qual for a dificuldade que o time enfrente saberá que tem alguém para apoiá-lo, para escutá-lo, para oferecer compreensão.
O direcionamento do líder se apresenta quando percebe que o time está perdido, confuso sobre qual caminho seguir. Está patinando na tomada de decisões e isso está prejudicando os resultados. O líder que toma as decisões pelo time a todo momento impede que esses colaboradores cresçam. É fundamental oferecer a equipe liberdade e incentivo a tomada de decisões. Mesmo para equipes mais juniores é possível estabelecer rotinas de discussão de melhorias e colher idéias e insights da própria equipe. O líder precisa desenvolver seu pensamento estratégico para estar pronto para a tomada de decisão quando esse momento chegar e saber direcionar a equipe ao melhor caminho. Mas é preciso cuidado para não confundir esse direcionamento com centralização. É uma linha muito tênue. Decidir pelo time muitas vezes é mais fácil e mais rápido. Mas tira das pessoas a oportunidade da discussão benéfica e produtiva e do fortalecimento de suas capacidades e autoconfiança para decidir.
Alguns líderes quando alcançam essa posição em sua carreira entendem que passaram de nível e que a partir dali devem ser servidos. É tolice pensar assim. Isso não é liderança, é fortalecimento do ego. O líder servidor está sempre pronto a oferecer o seu melhor para as pessoas de sua equipe, a facilitar o seu trabalho, seja através de uma melhoria de processo, de uma flexibilidade de horário até por a mão na massa quando isso for necessário. O líder facilita e entrega. A equipe e não o líder é o foco da liderança.
A liderança é um exercício muito proveitoso de humildade. É na cadeira do líder que podemos aprender a servir e ser exemplo. Onde podemos usar com sabedoria a autonomia que ganhamos com essa posição. Sendo não só líderes servidores mas seres humanos mais colaborativos e melhores para a sociedade.